sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Biblioteca 2.0

Além do acesso à informação, a Web 2.0 possibilita a publicação online, onde os utilizadores podem modificar conteúdos e criar novos ambientes, facilitando a interação entre eles. O conceito de Web 2.0 surge com Tim O´Reilly em 2004. Tudo começa com a ideia de a Web ser mais dinâmica e interativa, de tal forma que os utilizadores pudessem colaborar na criação de conteúdos. Começava, assim, a conceber-se uma nova geração de conteúdos de serviços online, em que as pessoas poderiam colaborar, para a qualidade dos conteúdos já existentes, produzindo, classificando e reformulando o que já está disponível. Estudos internacionais, realizados sobre as bibliotecas, os bibliotecários e as ferramentas da Web 2.0, salientam a necessidade dos bibliotecários acompanharem a evolução tecnológica. Para Abram (2007) é essencial que os bibliotecários explorem os recursos da internet e da Web 2.0 pois garantem, a aprendizagem constante ao longo da vida. Deschamps (2007) vai mais longe e defende a necessidade de dotar os utilizadores de competências digitais, para que possam conceber e trabalhar em blogs, colaborar na edição de documentos no Google.docs ou disponibilizar vídeos no YouTube.

Os agentes educativos podem, com toda a facilidade e comodismo, escrever online no blogue, gravar um assunto no podcast ou disponibilizar um vídeo no YouTube. Os seus materiais deixam de estar no ambiente de trabalho do seu computador para estarem online, sempre disponíveis e acessíveis, a partir de qualquer lugar do planeta com acesso à internet, Carvalho (2008). Coyle (2007), no seu estudo, apresenta o impacto da Web 2.0 na conceção dos catálogos coletivos das bibliotecas, tendo por base o trabalho colaborativo dos vários intervenientes no processo. No estudo realizado, a autora apresenta a necessidade de as bibliotecas efetuarem mudanças nos seus catálogos, de modo a criar novos serviços para os seus utilizadores. O conceito de Biblioteca 2.0 (Library 2.0) foi apresentado pela primeira vez por Michael Casey no seu blog (MILLER, 2005; 2006; MANESS, 2006). Maness (2006) define a biblioteca 2.0 “como uma aplicação das tecnologias baseadas na Web para a interatividade, centrada no utilizador, na colaboração e na multimídia para os serviços e coleções oferecidos pela biblioteca via internet”. Este autor identifica as tecnologias síncronas da Web 2.0 como uma mais valia para as bibliotecas facilitarem aos seus utilizadores um melhor acesso às suas coleções e aos serviços prestados por esta entidade. Conclui que a biblioteca 2.0 deverá estar orientada para localizar e compartilhar informação.

Em 2005 Davis apresenta a Web 2.0, “não como uma tecnologia mas sim como uma atitude concluindo que a Web 1.0 direcionava as pessoas para a informação e a Web 2.0 pretende levar a informação para as pessoas.” A Web 1.0 era organizada por meio de sites onde se colocava todo o conteúdo online, de um modo estático não havendo qualquer possibilidade de interação entre os utilizadores, agora é possível uma série de interações entre utilizadores/comunidades com interesses comuns, podendo partilhar informações trabalhando para um aproveitamento da “inteligência coletiva”. Em 2005 Tim O´Reilly no seu artigo “What is Web 2.0” apresenta vários princípios identificando as wikis como um sistema integrante desta nova geração de serviços online. O que distingue esta ferramenta de outras páginas da internet é que o seu conteúdo pode ser publicado e atualizado por diferentes utilizadores não havendo necessidade de qualquer autorização por parte do autor da versão anterior. Desta forma é possível enriquecer o conteúdo inserindo novas informações e corrigir erros, ninguém é proprietário de nenhum texto e o seu conteúdo é atualizado constantemente devido à possibilidade de ser reformulado, valorizando o conteúdo colaborativo e a inteligência coletiva.

 BIBLIOGRAFIA:
CARVALHO, Ana Amélia (2008), Manual de Ferramentas da Web 2.0 para Professores, DGIDC; ISBN 978-972-742-294-4 - BLATTMANN, Ursula e SILVA, Fabiano (2007), ABC: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 12, n.2

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